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9 Suspenses Intercontinentais

Um dia antes de viajar conseguimos os vouchers para os exames de COVID.
Eram vouchers da TAP, resultado de uma parceria tipo convênio com o laboratório Hermes Pardini.
No momento de confirmar os vouchers, um faltava. Não aparecia no sistema. O jeito seria pagar, mas poderíamos adiantar os exames enquanto esperávamos o voucher constar no sistema.
Insistimos muito para que nossos exames ficassem prontos naquela mesma noite, pois o prazo entre o resultado e a apresentação no aeroporto seria apertado.
Os funcionários do laboratório atrasaram os malotes por alguns minutos, para que nossos exames pudessem seguir incluídos.
Testes feitos, o voucher que faltava já constava no sistema.
Um suspense a menos.

Para saírmos do Brasil, precisávamos apresentar um exame PCR no aeroporto de Guarulhos, antes de embarcar.
Dezesseis malas, duas crianças, dois adultos, trinta máscaras cirúrgicas, quatro resultados de exames para COVID-19 e uns quatrocentos euros nas pochetes.
Ao menos uma das malas estava acima do peso permitido. Mas no momento de pesar, alguém chamou o funcionário, que para poder dar atenção a outra pessoa, apenas me deu as etiquetas para que eu mesmo as colasse nas malas.
Dois suspenses a menos.
Garantimos nosso embarque com as passagens, o passaporte polonês e os quatro exames com resultado negativo.
Passamos com todas as nossas tranqueiras de mão, malas, bolsas e pochetes pela segurança.
Três suspenses a menos.
Em 26 de junho de 2021, às 13:15 partimos para a Europa. O avião estava lotado, e parte dos passageiros parecia não se importar com as regras sobre as máscaras. Alguns funcionários também não se importavam.
Me arrependo de não haver reclamado.
Já nos aproximando da Europa, distribuíram formulários para preenchermos com nossos dados e endereços.
As autoridades européias estavam empenhadas em saber onde cada potencial foco viral poderia se encontrado.
O formulário pedia nosso endereço em Portugal. Como não ficaríamos em Portugal, escrevemos nosso endereço na Polônia.
Acesse um site polonês e você poderá sentir a dificuldade para um brasileiro preencher 4 formulários com enredeços em Varsóvia.
Os formulários foram aceitos sem verificação. Quatro suspenses a menos.

O avião pousou em segurança. Cinco suspenses a menos! :-)

Ao desembarcarmos em Lisboa, uma má e uma boa surpresa.
A má é que a fila para estrangeiros entrando na Europa estava enorme.
A boa foi que podíamos entrar na fila dos europeus, que é muito menor e não tem cara feia do oficial de fronteira. Tem até sorriso e "bom dia". Foi chocante!
Entramos no saguão do aeroporto internacional de Lisboa. Seis suspenses deixados para trás.

Duas coisas maravilhosas sobre o aeroporto de Lisboa:
- Lisboa é lindíssima vista do avião;
- A comida do aeroporto de Lisboa é muito boa! Croissants, pastéis de Natas, Bolas de Berlim, etc.

Antes de embarcar para a Polônia, suspiramos após o sétimo suspense: liberados após a verificação rigorosa dos hubs internacionais.

O oitavo suspense terminou quando o avião pousou em Varsóvia. Em Polonês se escreve "Warszawa".
Ao desembarcar na Polônia, ainda me sentia desconfortável, com a expectativa persistente de que algo ainda poderia dar errado.
Quase isso: o simpático jovem oficial de fronteira estava em treinamento, e ao interceptar um brasileiro que não falava polonês mas portando um passaporte polaco, chamou o supervisor. Este não era sorridente e cismou com a gente.
Após uma verificação rude, mal humorada e rigorosa de todos os passaportes, começando pelo meu, com perguntas em polonês que jamais saberei quais foram, entramos na Polônia e encerramos o nono e último suspense.

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